ENQUANTO ESPERO
Lílian Maial
 
 
O garçon já me conhece o copo
a mesa já me percebe a saudade
essa volta compulsiva ao local do crime...
Bandido!
Nunca voltaste.
Melhor assim.
Melhor nada,
dano-me!
... E, enquanto espero,
ouço o piano
chorando minha tristeza,
já que as lágrimas
[em cubos cristalizadas]
gelam meu uísque.
Toda semana teu lugar está guardado
até eu me convencer
de que tu não existes.


***********