A inveja bendita (Averno)

Ah! Invejo aqueles que precisam plagiar palavras!

Queria ouvi-los e bebê-los

esquecendo o susto que me causam.

Como cobiçam vocábulos outros?

Que fontes buscam que ainda não achei?

Se sangrarem palavras alheias

serão copiosos autores sem obra

morrendo dia-a-dia de inveja bendita!

Ah! O averno diante de seus narizes

não parece preocupar

nem tampouco ferir,

enquanto o que disserem for impróprio

e o que pensarem for impuro.

E que seja ilegítimo esse desejo

de possuir as palavras d'outros poetas

que suam suas rimas para cada verso!

Maldigo essa inveja, essa cobiça sedenta

dos pobres e fracos que nada têm,

e vêm nos roubar as crias em abnegação.

Joana Masen
Enviado por Joana Masen em 20/10/2009
Reeditado em 20/02/2012
Código do texto: T1877551
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.