METAMORFOSE

Caminhante...

Ser passante...

Transeunte...

Ser errante...

Nômade...

Peregrina...

Perambulante...

Cigana...

Passos lentos em direção à vida

Busco meus estigmas vencer

Caminhante, ser passante...

Transeunte, ser errante...

Caminhos longínquos, estradas turvas;

Sigo as caravanas do Saara

Nômade, cigana, peregrina...

Mente de adulta, alma de menina...

Pausadamente, vou deixando meu casulo...

A crisálida surge efervescente

Corpo dormente, sensação de desconforto.

As novas formas ajustam-se

Custam a adaptar-se à realidade.

A borboleta não quer despertar

A inércia da fase casular é mais tranqüila

Caminhante, ser passante...

Transeunte, ser errante...

Aumento a velocidade dos passos

Há um festival de imagens

Que se descortinam,

Diante meus olhos,

Ofuscados pelo lume estrelar.

É a minha vida, quadro a quadro,

Desvendada a mim.

Urge mudanças, transformações necessárias...

É preciso reação, transmutação de ideais...

Novas metas a traçar, objetivos a alcançar...

Caminhante?

Ser passante?

Transeunte?

Ser errante?

Nômade?

Peregrina?

Cigana?

Não mais! Não mais! Não mais!

Metamorfosear esta vida acomodada...

Lutar...Pelear...Arriscar...

Caminhar com passos firmes e corretos...

Crescer, assumir a vida...

Deixá-la nascer outra vez

Romper barreiras,

Quebrar a cavidade alveolar.

Permitir à borboleta o vôo!

Voa borboleta, voa...

Em busca de uma vida melhor!

Seja feliz, muito feliz!

Denise

18 de junho de 2004