ÉS A RAZÃO DO MEU ÓDIO

Ser abjeto, miserável e vil

como lembrar que um dia te chamei de amor

partilhei meu dia, minha vida, meu calor

te mostrei o mundo, não te percebi cruel.

Por mais que o mundo gritasse e a tua insanidade me fizesse mal

tentei em vão caminhar contigo

sem perceber cultivava um inimigo.

Das grosseirias e acusações

apenas lágrimas deixava escapar

tentando compreender os teus motivos

para não revidar aos teus ataques.

Todo bem que te fiz foi tudo em vão

quando de mentiras e injúrias me cobrias

bastou a alegria brindar meu dia

para quereres destruir minha reputação.

Mas entre nós um abismo indelével

que em nenhum momento será transposto

fui e sou sempre digna e fiel

aquilo que mostra minha vida, meu rosto.

Esses anos de dor, tristeza e abandono

não criaram raízes, não macularam meu coração

resta serena minha paz,minha consciência e emoção.

Quanto a ti, ser infeliz e desconfiado

nem a piedade podes de mim receber

todo o mal que me quisestes fazer

sobre ti mesmo repouse como adaga

minha lança repousa intocada

pois contra ti não moverei um só dedo

deixo a mercê do Supremo Oleiro

que te vê semeando lágrima, dor e desespero.

Num breve momento que recordo tua existência

apenas e nesse pequeno instante

te desprezo companheiro desgraçado

e com o coração amordaçado

sinto a imperfeição da natureza humana

por que nesse fulgaz instante

és a única razão do meu ódio.

CrisLima
Enviado por CrisLima em 21/10/2009
Reeditado em 21/10/2009
Código do texto: T1879209