Cadeira de Balanço

Cadeira de Balanço

===================ErdoBastos

Tu, jovem apaixonado

Como um dia também fui.

Se soubesses o que sei

Não terias te enamorado

Mas, como viver é preciso

Experimentar é o caminho

Não se pode herdar um juízo

Há que se aprender sozinho

E se viver ilusões

E se expor aos sentimentos

Galopar nos furacões

Lidar com arrependimentos

E ajustar o coração

A cada dor recebida

A cada bela emoção

A cada sensação sentida

E depois de somar tudo

De viver intensamente

Aprendendo a cada segundo

Aprende-se, finalmente

Que teria sido melhor

Não se ter apaixonado

Pois não há nada pior

Que um grande amor acabado

Fica um vazio tão profundo

Na alma que perde a metade

E entende que não há neste mundo

“Pra sempre”, que seja verdade

Porque, chega pra todos a hora

De fazer o balanço de tudo

Ficando-se, como estou agora

Cabisbaixo, triste e mudo.

Com o olhar vendo o final

Da ilusão da felicidade

Que acaba, por bem ou por mal,

Depois de uma certa idade.

A chama da esperança, sempre acesa

Mas sem nada pra iluminar

Sem castelo e sem princesa

O bem contra o mal a lutar

E a cadeira na varanda

Balançando os pensamentos

Revendo na mente a ciranda

Revivendo os bons momentos

E o final da vida é assim

Lembrar de momentos risonhos

Quando vai chegando o fim

Nos alimentamos de sonhos...

Dos bons, que se realizaram

Dos ruins, que deixamos pra trás

Das lembranças que deixaram

Balançando, pra frente e pra trás...