Poeta da noite, poeta da vida

Tão puta é a palavra que te coça

em febre os dedos roídos da sorte

essa figueira de figas na fossa

que rouba a vida mas não dá a morte

Negros dedos que te ditam no chão

as passadas que não deste p'la fé

onde a dor se desenha e cai num vão

já bebido de azar e em queda até...

O bar da vida não se atrasa mais

no tempo que te segue copo a copo

teia a teia, fio a fio, de onde sais

É agora uma meada de ideais

que te arranca da morte para o topo

da memória de ti, vivo demais...