Quantos mares irão navegar os amantes,
Correndo a vida nas correntezas das dúvidas?
Quantos corações mais irão conquistar,
Sem contentar sua própria solidão?
Salve os eternos amantes da sul realidade,
Os sonhadores que geminam poesias,
Porque vão além de simples amores,
Eternizam em versos as suas fantasias.
Salvem as mulheres que se multiplicam,
Gozam do ideal de um amor desconhecido,
Mas esnobam a dor do dia a dia,
Caminhando meigamente seu refrão de coragem.
- Sou mulher que não choro uma simples dor,
mas choro com amargura um rosto que não vi.
Salvem os homens sem força para o heroísmo,
Que protegem a vida com a força da paixão.
Salvem esses pobres estigmas sonhadores,
Que fracos fazem como presente uma simples flor.
Quantos mares cessarão a vida,
Enquanto o mundo gira a tragédia?
Quantas poesias perderão o encanto,
Enquanto poetas vestem a farda da prisão?
Quantos poemas como este,
Nada terão de cumplicidade,
Nada de sonhos reveladores,
com um romance de primavera?


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