O Tamanho da Língua

A ferida na torta e lânguida boca, jamais cicatrizará

Pela peçonha que lhe concerne, esta não jazerá

É sorte, o céu intumescerá com hifas pardas

Podridões mitóticas e detectáveis, amargas.

Seguem ulcerando, ardidas e profundas

A comprida língua e a velha boca

Os raminhos das veias imundas

Sem exceção, viraram sopa.

Do licor a exaurir do depauperado tecido...

Seca não só a boca, a língua

Faz morrer a pele envolta e solta...

Imagine só, de íngua.

Não são condromas os invasivos moradores

São azulados tumores, destes de rezar descalço

Verdejantes probabilidades dum percalço

O inferno a receberá, efusivo, Dolores.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 06/07/2006
Código do texto: T188774
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