Flores do Mal
Nunca fugi de meus receios e de minhas intrigas,
Nunca fugi da felicidade que me fez sofrer,
Jamais deixei de receber carinho de meu interior,
Em troca ganhei rasuras de seu rubor
O jardim de minha vida têm terra adubada,
Solo fértil e pedriscos enterrados,
Raízes mortas que não expurgaram,
E que ainda hoje me fazem mal, muito mal
Os caules outrora fortes e rijos,
Se tornaram frívolos e de teor putrefato,
Que me arrancaram as veias de ervas,
E só deixaram nascer as daninhas
Para que viver, em terras de ninguém,
Onde a colheita há muito não se faz,
Onde o plantio erradicou a vida,
Onde o bem se escondeu com medo do amor
Por onde deixar correr as vias de águas,
Se não são potável o suficiente para a irrigação,
Onde o mar que molha os canteiros é o sangue,
Onde a semente que germinou foi a desilusão
Socorram-me para que ainda dê tempo,
De podar e matar as flores do mal,
Para que eu recobre a consciência,
De que o amor que ainda tenho em mim é real