Flores do Mal

Nunca fugi de meus receios e de minhas intrigas,

Nunca fugi da felicidade que me fez sofrer,

Jamais deixei de receber carinho de meu interior,

Em troca ganhei rasuras de seu rubor

O jardim de minha vida têm terra adubada,

Solo fértil e pedriscos enterrados,

Raízes mortas que não expurgaram,

E que ainda hoje me fazem mal, muito mal

Os caules outrora fortes e rijos,

Se tornaram frívolos e de teor putrefato,

Que me arrancaram as veias de ervas,

E só deixaram nascer as daninhas

Para que viver, em terras de ninguém,

Onde a colheita há muito não se faz,

Onde o plantio erradicou a vida,

Onde o bem se escondeu com medo do amor

Por onde deixar correr as vias de águas,

Se não são potável o suficiente para a irrigação,

Onde o mar que molha os canteiros é o sangue,

Onde a semente que germinou foi a desilusão

Socorram-me para que ainda dê tempo,

De podar e matar as flores do mal,

Para que eu recobre a consciência,

De que o amor que ainda tenho em mim é real

Carlos Falcão
Enviado por Carlos Falcão em 26/10/2009
Código do texto: T1888174
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