Corvo

O vento bate em meu corpo em leve soprar,

Solto-me ao léu por sobre o abismo de amor,

Sinto as lagrimas escorrerem em meu corpo,

Me banhando os seios e molhando minhas asas

Sou ave de rapina, mulher guerreira,

Mas sei que sozinha não há cura para a dor,

Sou um corvo em busca de sua presa fácil,

Há muito que não sinto o amor

Me sinto meio híbrido nesses momentos,

Onde o sim e o não vagueiam sem rumo,

Me mostra a dor do parto que nunca tive,

Na silhueta bela desse meu corpo de mulher

Sou a personificação do mal, em busca do bem,

A dor que me vai no íntimo eu mesmo criei,

E ao cortar o cordão umbilical da vida,

Parei de planar por entre os vales rochosos

Me atirei de corpo e alma para dentro do abismo,

Não sei retornar e nem consigo as asas bater,

Me sinto fraca e precisando de asilo,

pois a falta de amor me faz a cada minuto morrer

Quero a presa e o sangue que jorra,

Das feridas mundanas que eu mesmo causei,

Procuro facilidade e me prostituo na vida,

Pois nesses momentos esqueço a quem tanto amei

Sou linda, voraz e quiçá verdadeira,

Sou tudo aquilo que sempre busquei,

Sou corvo na briga diária por alimento de vida,

Jamais serei a mulher que sempre sonhei

Carlos Falcão
Enviado por Carlos Falcão em 28/10/2009
Código do texto: T1891452
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