O QUE CONSOME A VIDA?


Parece-me ouvir sua voz aparente
Nesse silêncio forçado que estou,
Eu, mesmo parado, ou ausente,
Consome-me a ferida que ficou

Como uma trava em meu coração.
Onde estará a memória do tempo,
Nas minhas artérias do momento?

E aquele sorriso na boca invisível,
Beijando-me num sonho tão vivo,
Forçando-me um amanhecer ativo,

Se me ergo radiante eu até sinto,
Seu raio sereno em meu labirinto,
Trazendo-me calma a tela que hoje pinto.

Passos pesados não consomem a vida!


Walter Brios

* Inspirado no poema Consumindo a vida de Luli Coutinho

Walter BRios
Enviado por Walter BRios em 01/11/2009
Reeditado em 06/11/2009
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