LAMPARINA VELHA
Bruxuleia! lamparina velha,
Alumiando paredes toscas de cal.
Faz figuras de sombra nas telhas,
Doura a carne inexpressiva, qual o sol.
Seu pavio lambe o ar
De enfados e sono roto.
Tremula a chama sem parar,
Pelas mãos do vento ignoto.
Bruxuleia! lamparina velha,
Sua chama fria, no chão pinga.
Sua luz, às vezes pisca uma faúlha,
Dando graça a solidão dessa caatinga.