Coração - série três poemas de amor - I (2004)

Encontro-te,

Encontro-te após longa jornada

em vida fria

Encontro-te _ não retornastes da Bahia _

como dizia

E eis que fez-se luz todo o meu dia

(posto que nem bem partistes já volvias)

e como é belo o meu dia.

Em noite fria

O calor nos teus beijos

Nos meus beijos

O frio em meu corpo

_ solidão dos abraços _

Desterro, deserto,

(desfez-se o encanto)

do desencanto

no desenlace

da vontade...

(é da vontade)

_ que nos queiramos.

Largado o porto

Calcado o indivíduo

A mentira da carne

_ na carne da carne que não sou eu _

pôs-se a largo no deserto da esperança em que fazia-se vontadezinha

e retorna a manso.

Eu, teu, te amo tanto que da noite

A noite

que fez-se dia

Tanto te amei vi que partia e

_ puta que pariu!

Eu te amo, juro, crê pois que

em mim então

dizer-te-ia a noite:

'por mais que procures esse amor meu não encontrarás tu

em nenhum outro braço

ou abraço...

mas no meu.'

Fez-se dia

(é tempo de esperança)

Ainda há tempo para a vontade

Ainda resta um beijo meu!

Vem,

Vem, que a Bahia nem é tão bonita

Vem que a manhã não verá outro dia

Vem que o tempo passa

(é um segundo só hoje)

e a vontade sofre

_o coração está enfermo

(tudo dói)

_ e alguém aqui te ama.

Encontro-te sozinho na vontade

Encontro-te na saudade

Encontro-te aqui em um abraço teu.

(como te amo)

Leo Marques
Enviado por Leo Marques em 02/11/2009
Reeditado em 13/07/2017
Código do texto: T1900624
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.