Depois das chuvas

Já reparaste nas pequenas crateras
que encrespam os lençóis de areia?

Foi a chuva da madrugada branca
despejando rojõezinhos dos olhos do céu
É idêntica imitação da superfície lunar
quando ela está suspensa – só e grávida

Os pingos desprendem-se medrosos
das nuvens a mil metros de altura
sem pára-quedas ou galhos de nuvens

Foi o vento que os desprenderam
do colo da família nimbos cirros cúmulos

Tomara que no choque estejam desmaiados
e não sintam os corpinhos frágeis
esfacelarem seus ossinhos no areal, no mar
e arrozais que germinaram em dezembro

Tranqüiliza-me saber que os pinguinhos
ascenderão vaporizados
na próxima manhã de sol 

                                        
                                         Ilustração acima de Selir Maria Straliotto
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                                        www.editoraalcance.com.br/ROSSIR.HTM
Rossyr Berny
Enviado por Rossyr Berny em 08/07/2006
Reeditado em 18/07/2006
Código do texto: T190237