Arrepender
Qual agulha
Fere o tecido
mais profundo,
Desfaz a tez.
De pronto,
Penetra o sentido
mais escuro
Da existência.
Derruba a teia
Do pensar
mais oculto,
Inconsciente.
E cruel,
Expõe a ferida
mais sangrenta,
Dolorida.
O passo busca
E não encontra.
A voz apela,
Não é ouvida.
O corpo exausto
Bate à porta que não se abre.
Só resta a cruz
E seu peso
É penar
É solidão
É desalento
Deixar de ser, desejo único.