Primeiro e último pedido
Manter-me ébrio
para que não me matem
com suas sombrias
sobriedades,
a realidade me corrói
aos poucos
e a lucidez:
O maior dos agravantes.
Por dentro a angústia
é fogo
e meus pecados
bem velados,
mas se a dor da consciência
vier me acusar do contrário,
e fazer de mim feto
de uma culpa gestante,
não desejem que vingue
este eu mergulhado
em líquido de remorso.
Que meu fim seja um crime
doloso:
Que minha morte seja
um aborto
de poesias mortificantes.