Mais um Dia de Questionamentos

Aurora negra, febril anoitecer

Eu me vou, indo pelas sombras do amanhã

O mundo é um estranho pra mim

Seus olhares diferentes são sinais desse tempo

As estrelas estavam quietas hoje

De alguma forma estavam ali

Esperando sabe-se lá o quê

Sabe-se lá de onde...

Sentado na varanda de casa

Imaginando o que há além da visão

Como tudo acontece no incompreensível

Longe das explicações, da lógica assassina

Eu tenho pouco a esconder

Além desse pássaro morto em minhas mãos

Além dessa verdade dura vagando

Pelos corredores estreitos do meu coração

Há tanta dor sem uma mínima explicação

Tanta verdade velada em mentira

Às vezes eu olho pro céu

E mastigo esse silêncio tenebroso

Parece uma explícita loucura

Mas é uma triste súplica

Nessa decadência nada coerente da alma

Amargo mel, doce morte?