Aparelhos poderosos.

Menino pequeno tem babá austera.

Impõe respeito mesmo à maior fera.

Ditadora como só

Tolhe as escolhas sem dó.

Criança quer falar

Babá faz silenciar

Menino precisa correr

Babá precisa reter

Criança cria

Babá copia

Culto menino seria

Entretido menino é

Educada criança seria

Adestrada criança é.

Babá quadrada

Em móvel grudada.

Babá colorida

Com quadro parecida.

Babás apresentam-se em profundidade

Babás apresentam-se em estreiteza

Sem identidade

Com beleza

Outra babá na casa chegou

Democrática, rápida, eficiente.

Seu território demarcou

Criança gosta de babá nova

Babá nova pode ser tocada

Por menino alterada.

Babá de menino daqui

Babá de menino dali

Babá de menino de acolá

Criança com babá pessoal

Brinca com criança invisível

Brinca com adulto anormal

Mãe de criança quer brincar

Pai de criança quer brincar

Babá para papai jogar

Babá para mamãe conversar

Menino volta à velha babá

Agora mais simpática

Fala sobre a nova babá

Nova prática.

Nova babá guarda

Em segredo imagens

Lembra-se da voz

E das mensagens.

Homem visita primeira babá

Ainda poderosa.

Menino convive com segunda babá

Inovadora e generosa.

Fato incomum

Babás se unem

Apresentam-se convergentes

Vozes, imagens e traços.

Crianças e adultos

Todos jovens interagem

Sem pudor algum.

Oswaldo Eurico Rodrigues
Enviado por Oswaldo Eurico Rodrigues em 10/11/2009
Reeditado em 12/11/2009
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