Chá da tarde.

Vermelhas, amarelas, azuis,

As madrugadas de teu interior

A repicar em varandas abertas

De minha vida, tatuagens venais,

Em meus vícios sortidos

Aos mordidos campos pastéis,

Horizonte de janelas eternas

Doces tardes cremosas

Nas caldas amarronzadas

Entre bocas rosadas etéreas

De indecentes testemunhas cintilantes

Na furta-cor, prismas aveludados,

Tinturas remanescentes

Em gozo diurno de asas

Ruflando em miscelânea dourada

Cinza-alaranjado, prata,

Cobre minhas portas suas moradas

Sem fechaduras podadas - tempos!

Doutrina sem ensinamentos

Cálidas palavras dementes

Em festa nos tons a despertar

Prazeres em bolhas espumadas

No leite com chá

Eliane Alcântara
Enviado por Eliane Alcântara em 23/05/2005
Código do texto: T19158