Gotas de Orvalho

O sol, tão distante, surgia no horizonte,

o vento ainda cortante e a neblina fria

deixava tudo cinza e triste,

as luzes acessas, cheiro de café...

Poucos pássaros à gorjear,

alguns automóveis quebrando à doce harmonia...

Alguns relógios despertando a vizinhança...

A televisão ligada no jornal matinal...

Seria tudo igual... Seria...

Não fosse por hoje eu ver pela minha janela

aquele pequeno beija-flor tirando vida

daquela confusão, daquele frio...

Tudo seria exatamente igual,

não fosse eu ter visto aquele pequeno ser

sorvendo as frias gotas do orvalho

nos rubros lábios da rosa mais alta do jardim...