Recebendo Drummond

Angélica T. Almstadter

Eu encho minhas taças de chuvas,

Me embriago no perfume de jardim,

E pra namorar , só quero as serenatas.

Gosto das coisas simples,como as uvas,

E esse desejar dirigido a mim,

Me remete o pensar na infância;

No pula pula de amerelinhas,

Nas matinés de domingo, na algazarra,

Na grandes cirandas e no passa anel,

Fragmentos que com elegância;

Desfilo em brancas linhas,

Tempo de prazer, nas ingenuidade das farras,

Quando não se falava tanto em fel,

Hoje, sem violão e sem seresta,

Longe da meninice, do rosto de lua;

Recosto os olhos na linha do horizonte,

Desenho contornos, com o olhar esquecido.

No silêncio que a hora pede, abro uma fresta,

Para sussurrar a palavra que em mim flutua,

Não sei em que dia ou hora, mas uma ponte,

Sei que me levará ao paraíso perdido,

E pela magia dessa única palavra viva,

Que liga o ontem ao amanhã, aqui e agora.

Amor, a chave que a tudo anima e dá sentido,

Pacato e meigo nessa roda viva,

O amor é prenda, é prêmio que se renova.

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 24/05/2005
Código do texto: T19225
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