A Chegada
 
Serenamente um toque
mas estão a bater à porta
Na suavidade dos tempos
nunca sabemos quem será
O homem do gás da electricidade
ou talvez para a contagem d’água
 
Novo toque
Não pode ser
ainda há pouco estiveram cá
Talvez seja o correio
com mais um jornal ou uma carta
Sonho com jardins
com abelhas a beijarem
as belas flores
do meu jardim
com a andorinha a fazer
o seu ninho para o milagre da vida
 
Repete-se o toque
Não engano não é
será algum pedinte?
Corro à porta
e quem aparece?
A mais bela a mais doce
mulher com seu vestido
cor de sangue minha amante
 
E o sonho torna-se realidade
entra hesitante mas sorridente
beijámo-nos sofregamente
na lentidão do tempo
na ansiedade desejada
 
Nosso quarto serviu
para mais uma cena
de amor terno sensual
Gozámos o prazer
As horas batiam na igreja
da minha aldeia
como uma melodia sorridente
 
E assim a campainha deixou de tocar.
pedrovaldoy
Enviado por pedrovaldoy em 16/11/2009
Código do texto: T1926102