A porta se abriu.

A porta se abriu
Ao medo bruto
Insone aguardo
Vestígios (de mim)
Minha loucura essencialmente pobre
Satisfaz-se com projeções alheias
Cativa à ansiedade
Dela me comprazo
Achar-me é o exercício
Que compactua com peso alheio
Até quando? Até onde?
Longe de ser a única felizarda
Da-me náuseas o cotidiano
E já estou nessa há um bom tempo
Considere-se aqui
Tempo o Senhor da desconsideração
Me embriago
Acalento pueris carências
Tenho meu clã de acorrentados
Embriagados, abastados
Acalentados da dor
Ingratos da própria sensibilidade
Não sou só eu
O todo ao redor é
É só olhar sem medo de ver
Desamortizar
Olhe para si mesmo
Experimente
É um bocado de dor.