Sou água de açude
Sou água de açude,
parada em represa
Por mais que o vento
Me arraste com ele
Não sigo o meu curso
Do mar sinto medo
Estou enclausurada
Neste meu degredo
Se a eclusa se abrir
Para me libertar
Não vou querer sair
Sou água parada
Eu não sei nadar
E se a correnteza
Carregar comigo
Lá vou rio abaixo
E à espreita o perigo
Enrosco-me ao tronco
Para não escorregar
Prefiro o seguro
Que por se cuidar
Sempre prevenido
Lá morreu de velho