Poesia.
Ainda não lavei as minhas solenes peças de roupa
Nem a minha angústia
Nem os meus quereres
E a insatisfação do mel
Que lambuza o corpo
E engasga todo o grito psitático
Das mulheres grávidas de sono,
Que é música aos meus gestos
Sentido para os meus olhos
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Ainda ouço a pancada
De tuas mãos leves
Em minha nuca
A poeira levantada
Sobre meus olhos e pés
Ainda ouço
Um corpo
Despejado
Na capoeira
- Fui pego pelas giestas -
Sei
Que não resistirei ao final de tudo
Não resistirei aos que chamam o tempo para si.
Aos que talham com habilidade
O juízo, e fazem dele
Uma sentença vazia,
Um suculento e macio fruto vermelho.