PROMESSA
®Lílian Maial
 


Doce mentira
armada de lembranças
e de uma desbotada vontade
de não ter vontade.

 
Sorriso de lágrima,
risos e dores na mesma proporção do inusitado.
Tangidas as últimas palavras sem sentido,
antes do fim,
desperdício de pingo e interjeição.

 
Há dias de silêncio de solidão.
Outros, de algazarra de palavras.
Sei  da morte da inversão,
quando a solidão se faz balbúrdia
e a palavra se obriga à concha.

 
Uma linha entre o desejo e o objeto.
Um instante,
e tudo o que é conhecido é perdido.
Tudo o que é segredo é alcançado.
E nada mais resta, que a lembrança.

 
Olhar pela janela do verso e entender gaivotas.
Cumprir o destino da saudade.

 
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