A noite com Avril Lavigne

Apesar de tudo se passar com uma normalidade precisa

e não haver Hamlet para vingar

e o palco ficar vazio no alto da noite,

Avril Lavigne aparece sempre virtual

num qualquer momento no centro comercial,

partindo violas , desancando rotinas tecnocratas.

O brilho ingénuo da revolta também me povoa na preguiça nocturna,

não, não é isso, também há a voz...

mas o produto é comercial,

ela nem por isso,

como um momento que se abre

na parede fria do prédio defronte

um momento sem luz

como a própria pequena Lavigne

um esgar ambíguo de lucidez,

como eu gostava que a Lavigne fosse mais

e no entanto ela está lá

num pequeno cromo do sec XXI

O que fará o dinheiro com Avril

e quem ficará com o cromo?

Constantino Mendes Alves
Enviado por Constantino Mendes Alves em 14/07/2006
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