Sobre a Loucura
(ode à epilepsia)
derramamento da minha própria almaloucura de um poema que se escrito se espelha em argumentos de podridão e caixas de papel japonesas espalhadas pelo asfalto molhado que hmmm cheira experiência
cheira
o próprio peso de aguentar-se, um alto esforço, sustentar-se contra o abismo e o vazio encará-lo
de frente
e gritar:
VOCÊ NÃO É O MUNDO! VOCÊ É O DIABO! DIAVOLO EST!
VOCÊ
o poema flutua na escuridão do cerrado como pipa, alcançando os céus e neles boiando serenosuave, contra as estrelas, poema verde de soluço emocionado aura de sombra bem delineada contra um corpo nu e desenfreado de mulher em pleno orgasmo de saber-se mulher
com sua vagina pulsando contra o
fantástico
a morte me
amor
a morte me puxa pra baixo a morte me
pulsa lentamente nas veias há morte
me adora me cobra
com seus dedos de aço
mas eu desafio o rato boeiro
(a cada dia)
eu olho seu sangue e me deito derramamento de minha própria almaloucura.
ha ha ha
ha ha ha
haha
ha ha ha ha
ha ha hahaha
(há uma loucura).