Estanque de pus

De chagas e furúnculos

Definham os deletérios

Crianças de armas nas mãos

Sórdidos e consumíveis

Não há estanque no pus de dedos visíveis

Em febre deploram-se em vão

Amargando os sortilégios

Pálidos, restos dos fungos

Premeditam suas feridas

Arrancam-lhe a casca para sangrar

Arruínam vidas

Sem nada esperar

Eu e você ficamos quietos

Sem uma rebeldia dizer

Nos vemos todos incertos

Esperando a mudança acontecer

Estes cabotinos, agem feito praga

Se alimentam da miséria

Riem como o câncer traga

As entranhas podres e desafortunadas

De doentes em situação séria

Eu e você passamos feito filme

Sabemos da verdade

Mas preferimos a irrealidade...