Tentação
Quando eu soltar os grilhões
Que me impedem te alcançar
Verás então esta louca
Que insisto em te ocultar
Verás que ela não tem freio
Nem pudor, nem piedade
Verás o que nunca vistes
Este corpo, esta gazela
Nâo conhece saciedade
Talvez goste, talvez não
Ela é total devaneio
Ela é o fim, é o meio
É a busca e o encontro
É a falta, a fartura
É o prazer e o encanto
Tire o véo, puxe este manto.
Se não for do teu agrado
Não precisa se prender
Feche a porta, cerre os olhos
Tranque a mente e o coração
Ela não o chamará de volta
Nâo implora compaixão.
Talvez ela chore sozinha
Afinal, é uma mulher
Depois seguirá cantando
Outros encantos buscando
Outros mares a explorar
Bocas, olhos, pêlos, pele
E a volúpia de sempre
Afinal, peculiar.