a fuga

a fuga pode ser o mar,

olhar-te os lábios,

olha, oferecer-te flores

abraçar-te, compondo emoções

em pauta inventada de Shumann,

desligar de vez a MTV,

colocar-me ao teu regaço a quilómetros de distância

mesmo ao pé de ti.

não fales, as pombas do outro dia estão a voltar

e com elas corre o mel tão longínquo,

e que lhe posso tocar.

os minutos são horas macias

que dispendo na atracção que crias,

onde encontraste este halo de certeza

que o belo emana do teu olhar?

também podias não ser bonita

mas eu tinha de ser outro

e não este penar...

como eu te encontro sempre na fuga...

e no entanto a história podia ser outra,

se a árvore vivesse livre

Constantino Mendes Alves
Enviado por Constantino Mendes Alves em 15/07/2006
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