Para um diário 25 Maio 2003
recuperei a melodia
depois do susto da noite,
não há pássaros voando na alvorada,
nem sequer árvores maduras de verde
na alameda da avenida,
e o café da manhã sabe como a tantos outros.
A melodia faço-a de luz,
da posição vertical num mundo redondo,
da consciência nova de domingo,
da paz que consigo gerar no passo lento
pela rua.
Como tudo o que é importante,
a luz está nas pequenas coisas
que fazemos de consciência nova.
É só pena que os detalhes deixados para trás
sejam tantos,
e o que é importante seja apenas refúgio
do sobrevivente.
Importa ser ingénuo,
o que há no mundo que tropeça com a felicidade?