Quando deparei-me com aquela tempestade em janeiro

A voz da tempestade, em meus ouvidos, ecoou:

"Sem acepção, os bons e os maus temerão os dias vindouros!"

Ao longe pude ouvi-la e agora, rapidamente se aproximou

Diante desse sonho, desfez-se a nebulosidade nos meus olhos

Quem se alegrará na alvorada?

Resta-me um verso, raio de lucidez na calçada alagada

Não molhe nossas bibliotecas, nossas roupas no varal

Purifique nossos ares, preserve nossos livros, nossas fotografias, nossos filhos

Acene-me, com ramos e ventos suaves, ao final

Vi um menino deslizar pela enxurrada...

... Sem rastro, como a noite negra que passou

Em seu tecido encharcado e gasto, reparava-me

À minha frente, sua face pálida me fitou

Nunca mais me esqueci daqueles olhos desconcertantes

Porque aquele olhar refletido n' água precipitada

Ah meu Deus, fez-me chorar!

Era negro e profundo...

... Era o meu, a me questionar

Marciano James
Enviado por Marciano James em 26/11/2009
Reeditado em 09/01/2012
Código do texto: T1945412
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