As vezes, só as vezes...

Às vezes, só às vezes...

Às vezes, só às vezes.

Nos porões, nas alcovas.

Mais internas,

Ou nos sótãos que não abro

Nas primaveras

Nas louçarias porcelanizadas

Em azuis decorados por tempos

Esquecidos passados,

Às vezes, só às vezes

Nas estantes onde repousam os livros

A tristeza emerge tão abrupta e voraz

Que minhas defesas, dissolutas

Desabam aos versos, vencidas

Pelas lágrimas absolutas, remidas

Imagens do que já foi a vida

Tonho França.

Tonho França
Enviado por Tonho França em 15/07/2006
Código do texto: T194631