ACRIMÔNIA

Quando o amor se vai, simplesmente,

Fica o amargor daquilo que não foi dito,

Talvez, porque se esperava o momento certo,

E de repente calaram-se as vozes -

O encanto findou.

Quando o amor se vai somente o amargo

Gosto, das palavras que foram silabadas, fica.

Muitas tão refletidas: na busca da concretização de

Alguns sonhos, outras tantas só para dar cor e, até,

Sabor a aquilo que se sonhou.

Quando o amor se vai, unicamente, ficam às lembranças:

De doces momentos;

Das frases caramelizadas;

Dos verbetes ditos, por assim, dizer;

Das orações ricas e pomposas - construídas ao bel prazer

Do amor, que um dia ousou.

Quando ele, o amor, se vai lamentavelmente, apenas,

Às lágrimas restam solvendo o agradável sabor das

Lembranças, irrompendo-se em nós na garganta.

Denotando o sofrer daquele que sonhou e atreveu-se.

De resto fica a acrimônia do fim.