A MANIFESTAÇÃO.

A chuva lá fora ao imenso chão a molhar.

Como seiva da imensidão sonhos a alimentar

Em humildes corações que ao vê-la precipitar,

Agradecidos entoam louvores, em repetidos refrões.

Rostos dantes tão rígidos pelas inquietações.

Nesse momento sublime volvem-se suaves

A contemplar a tão esperada manifestação.

E lhes cai torrencial o pranto de satisfação.

Lá fora há chuva a serenar, renovando o mais elementar.

Traz consigo esperança às vidas, de novas vidas despertar.

Lá fora também há alegria que chega a contagiar,

No terreiro molhado; serenos muitos a brincar.

Risos e lágrimas a se misturar.

É festa!

Uma honra participar da celebração à nobre mãe.

Mãe divina!

Esperança, veio ao homem do campo presentear.

Pés descalços, sublimadas, almas de mãos toscas.

Em solo já encharcado,

Uníssonas, com os olhos voltados ao céu.

Humildes e eternamente gratas em coro a rezar.