Sobre uma visita inesperada

"Maldito seja quem degrada ou perverte o corpo humano,

E mais maldito quem degrada ou perverte o corpo morto"

(Walt Whitman)

De súbito, o poeta perdeu a inspiração

No púlpito, condenava-se a vaidade

Eis que, percebi tua serenidade

Confortavelmente apavoradora

Chegaste terna e dolorosa, imaculada

Vieste só, privacidade anunciada?

Mas, voltaste acompanhada

O elástico se rompeu, infortúnio!

Nada mais nos une agora

Lá fora, os sinais

Ficaram para trás, presumo

És forte demais para mim

Faço luto, não aceito-a

A chuva que cai são minhas lágrimas

Tenho o corpo em minhas mãos

Mas, as almas que levaste, onde estão?

Reluto, faço um haikais

Preencheste tuas páginas da vida?

Descansa agora, querida

E assim como veio, vai

Os rumores de outrora

Transformaram-se em lamentos

Faz-se presente tua ausência

Nunca mais a terei...

Não conseguimos nos despedir, bem sei

Em padecimento, transbordar-me-ei

”Para todas as coisas um tempo determinado”

*Baseado no cap. 3 de Eclesiastes

Marciano James
Enviado por Marciano James em 28/11/2009
Reeditado em 24/01/2011
Código do texto: T1948894
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