De lagarta à Borboleta

Tua ausência

Fez eu me perder das palavras

Deixou sem tradução o vazio que se segui...

Com tua ausência.

Perde o rumo, a razão.

Tua ausência,

Fez capitular minha noção de tempo e espaço,

Fiquei vagando em órbita do nada...

Tua ausência me fez não querer mais nada..

Só o eco de um adeus... No meu peito achava morada.

Tua ausência,

Foi responsável por um nó na garganta

Que impedi o ar de passar...

Mal conseguia respirar!

Tua ausência levou-me os devaneios

Rechaçando minha realidade ao abismo da dependência...

De um sentimento de amor utópico...

Monossílabo diálogo romântico

Pois tua vida nunca esteve envolvida na minha...

Gravitei num amor que não existia.

E me tornei prisioneira de sonhos melancólicos

Sepultada num poço sem fundo

Tendo como companheira a solidão.

Tua ausência fez-me perceber

Como foi falsa a nossa... A minha verdade

E fez nascer essa fobia

Que por muito me acompanhou...

Da vida, das gentes... De amores.

Sofri, chorei,morri...

E como o ciclo da vida sempre se renova

Fiz-me larva

Fui as profundezas da escuridão

Mergulhada numa embernarão purificadora

Metamorfose silenciosa

Para só então romper a madre da terra

E me entregar aos carinhos do sol...

De lagarta a borboleta!

E devo isso a tua ausência.

Observadora
Enviado por Observadora em 28/11/2009
Reeditado em 25/10/2014
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