Teu nome
Eu queria escrever o teu nome
Num banquinho que empurra ao luar
E de dia pedir que me ames
Na oração antes de levantar
Eu queria botar o teu nome
Nas histórias que ouvi contar
Do mocinho que salva a menina
Do dragão queimador a fungar
Virá o tempo em que tempos não há
Um novo tempo de se namorar
Eu queria gritar o teu nome
De cada prédio da minha cidade
E extravasar tanta felicidade
Que o coração não consegue guardar
Eu queria enfeitar o teu nome
Com as estrelas que posso contar
E com o lume de mil vaga-lumes
Numa noite de claro luar
Mas ninguém deixa eu namorar
Ninguém deixa eu namorar
Eu queria botar o teu nome
Na areia e na estrela-do-mar
E aos golfinhos que faltam falar
Para eles teu nome contar
Eu queria ouvir o teu nome
Em cada mantra que vem do Tibet
E com aromas sarar minha fome
De tua lembrança, hortelã e café
Virá o tempo em que tempo não há
Não haverá para se namorar
Também queria desenhar teu rosto
No quadro exposto da sala-de-estar
Para quem, se cair em desgosto
Se contentar quando nele se achar