Pulsação silenciosa: Lúcio vem, Lúcio traz

O cavalheiro me procura, trazendo-me seus peixes

Sua sombra multiplica-se por três

Percorrem o local e me encontram

Encostado nas colunas, agachado entre os feixes

Eu sabia que seria encontrado, queria ser, porque não?

Fugir é só encenação, injetar-me-ei em tuas veias, acelerarei a tua pulsação

Limpo o negro balcão, já não há escolha, nem chance, nem tempo

Meus pés suam frios; dê-me tuas meias, pois não!

Mesmo que nunca lhe minta

Mesmo que teus olhos sem brilho tentem me ferir

Nunca fugirei do meu algoz

Lúcio vem, Lúcio traz sempre mais, sempre a sós

Aquela sensação pura, apenas ela e algum contentamento

Isso sim, você me dará mediante pagamento

Traga-me os peixes, as cápsulas, os sais de fruta e duplicatas

Ansioso, abro a janela e lhe espero ofegante, com cólicas, ocioso

Não obstante, Lúcio já vem silencioso...

Marciano James
Enviado por Marciano James em 29/11/2009
Reeditado em 24/01/2011
Código do texto: T1951483
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