PELA JANELA

Vejo:

O sol que brilha

Nesta manhã tão iluminada.

Manhã viva e frenética;

Carros, longe e perto.

Levando e trazendo...

Gente cheia de sono e sonhos;

Vidas, embora rotineiras e que só

De sonhos viva.

Vejo – vidas à espera de outras vidas.

Pela janela vejo vidas que, também, vêem pelas janelas:

A esperança ao longe a vagar, tão devagar.

Quimérica e difícil, não se deixa agarrar.

E as vidas enquanto a vêem esperam;

Sol, manhã, carros, gente.

A esperança, expectativa, de tantas vidas

Que enquanto vêem – aguardam os sonhos realizar.