Saber
Nós sabemos quem se inclinou sobre a nossa dilapidada inocência e fez arestas para não serem aparadas.
Nós sabemos quem feriu e sabemos que sentimos (somos) até hoje.
Nós sabemos de coisas que esbarram na gente no olhar, nos instantes, nas lembranças, nos tecidos-grade de segurança feitos das dores derrotadas a custo de ontem.
Sabemos tanto que jamais preveríamos este contato.
Este novo.
Sabíamos tanto que não enxergamos a vinda do momento em que novamente nada saberíamos.
Tamanho foi o medo ao se saber.
Mas agora,procuramos descobrir um meio de sermos juntos, as arestas em humano encaixe, a construção deste novo cimentada em alegria e razão - o fruto último do que se soube antes.
- o que nos permite ser sonhadores e não delirantes.
Juntos, deixamos de olhar por cima das grades e passamos por dentro do qeu se isolava - saímos maiores, fato.
Maiores, só queremos agora e com calma o nosso saber (ser) feliz.