Saber

Nós sabemos quem se inclinou sobre a nossa dilapidada inocência e fez arestas para não serem aparadas.

Nós sabemos quem feriu e sabemos que sentimos (somos) até hoje.

Nós sabemos de coisas que esbarram na gente no olhar, nos instantes, nas lembranças, nos tecidos-grade de segurança feitos das dores derrotadas a custo de ontem.

Sabemos tanto que jamais preveríamos este contato.

Este novo.

Sabíamos tanto que não enxergamos a vinda do momento em que novamente nada saberíamos.

Tamanho foi o medo ao se saber.

Mas agora,procuramos descobrir um meio de sermos juntos, as arestas em humano encaixe, a construção deste novo cimentada em alegria e razão - o fruto último do que se soube antes.

- o que nos permite ser sonhadores e não delirantes.

Juntos, deixamos de olhar por cima das grades e passamos por dentro do qeu se isolava - saímos maiores, fato.

Maiores, só queremos agora e com calma o nosso saber (ser) feliz.

Rodrigo Fróes
Enviado por Rodrigo Fróes em 16/07/2006
Reeditado em 17/07/2006
Código do texto: T195527