Olhares
Congelaram sentimentos
as rendas se perdem
bocas trancadas a esmo
pele de vidro translúcido
lucidez morta por entre
portas, vãos, buracos
A alma se sente pressente
lua morna vesga
flácida aparência
brocal cálido
apático movimento
e aqui estou
labiríntica criatura
maçã sem cheiro
Dizem, dizem
cansaço da língua
absorta em padrões
falidas monções
O vento refresca
sopra leva
passeia n’alma
Tudo se move
o olhar, olhar
nestes olhos empoeirados.