Não submete a provas àquele que não as pode suportar
Chove desgosto na minha doentia cabeça,
o apoio que recebo são marretadas bem fortes,
não quero que minha mente se enfraqueça,
nem o que eu consiga digam que é sorte.
Soltem minhas algemas de fel
A dor que sinto, os outros riem de novo,
não me lembro do gosto do mel,
sinto minha carne em meio ao fogo.
Estou sangrando mas tento subir o Monte
Lá embaixo torcem por minha queda,
beberei o remédio na mesma fonte,
onde dizem que o homem vira pedra.
O Sol é como o sal nas minhas feridas
Ardendo é como sinto minhas idéias,
aqui ninguém me oferece uma bebida,
só servem como uma terrível platéia.
Agora chove sangue e risadas,
isso machuca mais que espinho,
descalço piso em águas geladas,
o pior de tudo é estar sozinho.
Lá de baixo escuto risos,
querem que eu caia a qualquer momento,
fecho os olhos mas sei onde piso,
finjo não ouvir esse tormento.
Já perdi todos os sentidos,
só sei que dos meus olhos caem lágrimas,
sei que ainda não estou perdido,
minha vida é cheia de poucas páginas.
Até que cheguei ao topo e todos desapareceram,
recebi apenas três salvas de palmas,
talvez achem que minhas pernas não mereceram,
só quem me aplaudiu foram meu ódio, meu amor e minha calma.