SILÊNCIO
Psiu!
Quando o silêncio se faz gritante
Ouço-o em seu mais alto acorde.
Nada mais ouço somente o silêncio
Subjugando meus pensamentos.
Quase chego a enlouquecer.
Na freqüência ou nas ondas.
Enche todos os espaços em tons
Variantes graves y agudos.
Apenas o silêncio fazendo-se presente.
Psiu!
Quero agora escrever.
Falar das lembranças e saudades,
De momentos já bem guardados que
Você, silêncio, me faz reviver.
Silêncio, porquê?
Fez-me relembrar dos meus
Prazeres, amores e impressões.
Sabe, são alusões tão antigas do meu ser.
Psiu! Psiu!
Deixa-me silêncio.
Faz-se agora distinta a onda.
Noutra freqüência quero sintonizar
Mais original é o novo som.
Que bom!
São as batidas do meu coração
Meus os pensamentos a preencher
Sensações novas, ainda tristonhas.
Porém impondo-se ao pavoroso silêncio.
Mãos trêmulas, todavia ágeis.
Frenéticas começam o papel a percorrer.
O silêncio ainda persiste gritando.
Em tom austero chega a assustar.
No entanto já não subjuga, ajuda.
Recordações em versos transformar.
Recomponho-me, firme e dominante.
Sigo o ritmo da inspiração.
Ora em verso, ora em prosa,
Ponho-me a comentar:
De um silêncio gritante e assustador,
Da coreografia dos atos do amor;
Das palavras sutis segredadas em
Momentos sublimes de prazer e
De um coração utopista.
Por fim!
Nas entrelinhas implicitamente estou a falar de você.
Que me deixo na companhia desse silêncio ensurdecedor.
Psiu! Ouçam-me, agora, vocês!
Quero bem alto e em eco transformar aquilo que no quer calar
CEDO OU TARDE SEGURO QUE VOU LHES ESQUECER.