Insana Filosofia

Egoísmo, intolerância.

Raiva, irá.

Orgulho, luxuria.

Sentimentos feridos,

Profundamente.

Como um punhal

Que dilacera o corpo.

Que contamina,

Como o vírus que violenta

A nossa imunidade.

Imunes, somos contaminados

Pelo fel da palavra insana.

Transpassados pela língua dobre.

Machuca e transforma.

Alegria em pesadelo.

Desconfortavelmente,

Vivenciamos experiências sutis,

Que nos levam a viver o inevitável.

Somos impactados pelos olhos

Que desnudam a alma.

Vendados os nossos olhos.

Somos levados ao vale dos

Ossos secos.

Ressequidos pela intolerância.

Ressequidos pela violência.

Ressequidos pela inveja.

Ressequidos pelo o egoísmo.

Ressequidos pela hipocrisia.

Ressequidos por não conhecer o amor.

Quantas coisas maravilhosas

Desperdiçamos em nossas vidas.

Guiados pela insana filosofia

Que nos coloca na condição

De agressor e vitima.

Entre teorias e enigmas,

Da criação, vida e morte.

Somos espectadores,

E co-participantes

Da dramaturgia da criação.

Sinalizando o percurso

Das nossas emoções.

Confrontamos a necessidade

Da auto-realização.

Destinando os propósitos

A uma eterna dependência

Com o real e o inusitado.

Já não sou observador.

Sou um objeto de observação.

Aos olhos críticos da humanidade.

Finjo não ser visto.

Incomoda-me ser observado.

A privacidade é violada a cada instante

Quando se abre a janela do nosso cotidiano.

Sacrifica-se a sociabilidade.

Manifesta-se a teoria da relatividade

Entre o social e o imaginário.

Relatividade humana e cultural.

Relatividade histórica .

Diferenças e preconceitos

É uma constante na humanidade.

Nesse mundo cheio de diferenças,

Fadiga e sofrimento.

Um mundo de alta pressão.

Perde-se a consciência

De querer realizar tudo

Num curto espaço de tempo.

É demasiadamente desgastante.

Somos inflamados pela síndrome do poder.

O poder do ter mais, mais e mais,

Insana filosofia dos meus ideais.