A DÚVIDA

Tudo se passa como que um palco,

de braços abertos para o mundo

eu contemplo e contemplo sem entendimento

esse estranho equilíbrio dos opostos.

Somos ossos, músculos, células vivas,

somos combinações químicas,

numa seqüência inexorável

que vai do gênese à decomposição.

E tudo se esvai tão de pressa e sem sentido,

nem mesmo acabamos de sentir o sopro

do primeiro alento.

Será que a passagem pela vida

formam sinais perdidos,

sem a resposta para nossos ais?

Nada me assusta mais, tenho certeza,

que a idéia de nunca despertar

e tudo se tornar um sonho lindo que findou...

Meu Deus, eu quero quer,

firme e intensamente,

que além das sofreguidões do tempo

terá sentido a dádiva do amor.

José Luongo da Silveira
Enviado por José Luongo da Silveira em 20/07/2006
Reeditado em 20/07/2006
Código do texto: T197756