PARTIDAS
PARTIDAS
Parte quimeras,
outrora lembranças.
Parte nuanças,
outrora caminhos.
Parte sereno
no meio da andança.
És feliz sozinho
no colo de uma criança.
Parte sonoro
como um coro secreto.
Vai-se discreto
pela preponderância do não.
Vagas sonhando
a astúcia da vida.
Parte com parte,
o caminhão e a estrada
na solidão da nevada.
Parte sonhando
em nuanças febris.
Quer ser feliz,
mas a parede da
infelicidade existe.
Já sem motivo
para caminhar
ou criar alguma coisa,
parte sem parte
como despedaçado
na miséria de todos nós.
E segue caminhando e
juntando as partes
que nem sequer sabe se são tuas.
Fernando Medeiros
Campinas, 24 de agosto de 2009.