Ai verde caminho
Ai verde caminho, de tanta noite escura.
Ainda tanta chama que arde prenhe de dor.
Deste cadáver de que se fez a alma,
tanto facho ainda há-de nascer.
Tanto viço nestas pedras,
tanta água há-de o rio correr.
Que me não esqueça este sol drogador.
Esta luz tão pura que me ensina a ti o meu caminho.
Deixa-me assim verde na flor da chama,
correndo-me os braços para os teus,
tão verdes também de tão breve esperança.