Ai verde caminho

Ai verde caminho, de tanta noite escura.

Ainda tanta chama que arde prenhe de dor.

Deste cadáver de que se fez a alma,

tanto facho ainda há-de nascer.

Tanto viço nestas pedras,

tanta água há-de o rio correr.

Que me não esqueça este sol drogador.

Esta luz tão pura que me ensina a ti o meu caminho.

Deixa-me assim verde na flor da chama,

correndo-me os braços para os teus,

tão verdes também de tão breve esperança.

Constantino Mendes Alves
Enviado por Constantino Mendes Alves em 20/07/2006
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