A Barca de Caronte

Nessa pálida meia-luz

o barqueiro me conduz

ao falso brilho que reluz,

qual juventude que o Tempo reduz.

E a barca segue

sem rumo a vista.

Não há quem lhe resista,

como ao canto da Sereia facista.

Seguem, rio, barco e a vida.

Água arrependida,

latrina escondida.

Nas margens, almas conhecidas

acenam em despedida.

São coisas do pós vida.